Marcelo Veloso

O SENTIDO DA VIDA

 

A lógica não interfere,

se a necessidade confere,

o que o desejo infere,

para que a vida se consuma.

 

Não há tempo de gosto,

se o tempero tem posto,

o que em muito tem se imposto,

ao sonhar que se assuma.

 

Mas, é preciso mudança,

que não se torne uma lança,

que o desespero alcança,

dando uma resposta falha.

 

E quando, por fim, o rito dispara,

transforma o tempo numa mecha clara,

o que, em tudo, nem se compara,

com o que se humilha, mancha e malha.

 

Assim, com a veracidade da fala,

há toda uma doçura que exala,

ao tom e som que se embala,

para a sutileza de um encantar cativo.

 

Aí, a sombra arrefece o caminho,

cobrindo de folhas os espinhos,

para municiar e revelar, com carinho,

o perceber-se vivido, ínclito e vivo.