A lógica não interfere,
se a necessidade confere,
o que o desejo infere,
para que a vida se consuma.
Não há tempo de gosto,
se o tempero tem posto,
o que em muito tem se imposto,
ao sonhar que se assuma.
Mas, é preciso mudança,
que não se torne uma lança,
que o desespero alcança,
dando uma resposta falha.
E quando, por fim, o rito dispara,
transforma o tempo numa mecha clara,
o que, em tudo, nem se compara,
com o que se humilha, mancha e malha.
Assim, com a veracidade da fala,
há toda uma doçura que exala,
ao tom e som que se embala,
para a sutileza de um encantar cativo.
Aí, a sombra arrefece o caminho,
cobrindo de folhas os espinhos,
para municiar e revelar, com carinho,
o perceber-se vivido, ínclito e vivo.