Para você que sofre
a impotência do nao-ser
nao- poder e nao- dizer
o que jaz acumulado,
no interior de seu viver.
Da prisão que lhe impuseram
a consciência e o dever
afloram gritos calados
quase sempre sufocados
pela força de um querer.
Esse querer que,mesmo sem consentir,
Você ainda alimenta
Inútil desmentir!
Você não quer deixar fenecer
a planta já tão doente.
Segue dando -lhe alimento,
zelando pelos seus frutos
- ato de puro amor-
vai regando a planta insensível
com seu pranto invisível,
reprimindo sua dor,em desalento,
voce se dá em alimento.
Escusada na coragem
- essa que só o Amor de mãe
sabe encontrar a fonte-
Você se vê exangue,percorrendo
os mesmos caminhos de ontem.
Maria Dorta escrito nos idos de 1979
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