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Menino e a Lua

Cidadão invisível

Escuta a voz falando \"Não buscou oportunidade\" 
quero ver alguem abandonado com dez anos de idade
A pele parda, morando na rua, roupa desarrumada 
Buscar oportunidade naquela realidade é uma piada! 

Muita luta pedindo esmola ele começou
com a caixa de chiclete  pro farol ele voltou.
Pensava que a sorte é de quem faz no dia dia,
Correu, correu e arrumou seu cantinho na periferia.

Aprendeu a ler, estudou como pouca informação,
com vontade de tudo pra não virar o vilão.
Viveu sorrindo de ver no lixo amassado,
A latinha de aluminio e quanto vai ganhar no pesado.

Acorda as seis e vai direto para o ponto,
Corre!corre! não perde o encontro.
O busão não parou na parada,
Pega o outro, olha a hora atrasada.

Chegou! mais trabalho pra ir , 
Do que realizar o proprio trabalho.
Por consequência, atrasou quinze minutos
levando sermão de sabios que são estúpidos.

Trabalhando pelo minimo por nessecidade,
merecendo ganhar o dobro pela insalubridade, 
E o telefone toca, sua esposa, \" acabou o gás\"
Dois filhos pequenos, sem dinheiro, como é que faz?

Pega oque tem e compra alcool la no posto,
Faz o que consegue com oque tem no bolso.
esquece o perigo das queimaduras, fogo em questão
A mãe desesperada pra não faltar arroz e feijão! 

A maior felicidade no seu prato de arroz puro
é ver o seu menino comendo salsicha de mistura,
mesmo que seja a luz de velas no escuro.
Amanha ele luta enquanto seu coração perdura.

Levanta preocupado, fazendo as contas trabalhando
coração envelhecido pela preocupação, humilhação,
da vida sofrida, a falta de respeito e dignidade
Por exclusão de quem o via como trombadinha na sociedade

Pensando \"onde esta a oportunidade, se ja tenho meu rótulo,
Nem com um mega fone eles ouveriam meu postulo.
Até escrevendo um livro, \"Ladrão\" antes da primeira linha seria o titulo!
Mais se prestassem atenção se surprienderiam no primeiro capitulo...\"

Logo em seguida, muita correria em roda uma multidão,
no meio do pensamento infelizmente parou seu coração.
Naquela triste cena que não foi para televisão....
A morte de um certo varredor de rua, 

Do verdadeiro heroi da nação a realidade nua e crua!