Marcelo Veloso

SEM FALA, SEM VOZ, SEM VEZ

Silêncio!

 

Quanta privação impõe o tartamudear

indicando a dificuldade do expressar natural,

exigido pela normalidade da superação.

 

Os créditos do desdizer,

que sustentam o preconceito,

são fontes da imutabilidade degenerativa,

de uma execrável repulsão.

 

O sorriso sorrateiro é um crédito tão cretino,

que não convence o expressar midiático,

denotando uma sandice filial.

 

São recursos tão anômalos,

que pervertem todos sentimentos,

e os bens são meros gráficos adicionais,

virgulados por uma vida mundanal.

 

Silêncio!

 

Não tem falas – nem falácia,

nem gestos – nem gestão,

só um movimento sutil de irreverência,

insolente revelação.