A ideia é uma coisa... E o pensamento
Esvai-se por si mesmo em desvario
Quando não lhe confronta algum alento
Que lhe retire a vez de ser sombrio.
E na chance de a ideia em ter intento
De ser utilizada no seu brio
Pensar é necessário: ele é o fermento
Que dá pra ‘coisa-ideia’ o poderio.
Meu soneto é ideia qual mês de maio
Quando em tudo é ameno e de alma alheia,
Ele é puro e de fé, não contorneia,
É ideia sem metáfora e ensaio:
Ele tenta dar paz ao que é ferido
E consolo ao que chora amor perdido.
Tangará, 17/02/2021