Jose Fernando Pinto

Em sentido (in) verso

Ás vezes acho que estou em sentido contrário, sim, na contramão, em sentido inverso. Porque eu penso assim? Porque enquanto alguns disseminam ódio, eu prefiro, em sentido inverso, construir e espalhar versos, poesias, palavras belas em demasia.

 

Dizem que estou perdendo tempo, dizem que isso é bobagem, dizem até que sou louco. Eu aceito todas as opiniões, antes louco e feliz que deixar a vida passar por um triz, descolorir o seu matiz e espalhar ódio feito chafariz.

 

Em sentido inverso eu sigo adiante, encontro pedras pelo caminho, encontro a flor e o espinho nos jardins do universo, eu colho as flores que são possíveis, negocio com os espinhos que são críveis, aprendo um pouco, ensino um pouco, e o poeta louco vai seguindo em frente ou em sentido inverso da outra gente.

 

Se ouço um passarinho a cantar, também quero assobiar, já que não posso voar, não vou deixar de cantar caminho afora, e mais tarde quando for a hora, como um passarinho estarei no ninho admirando a aurora.

 

Se encontrar alguém a chorar tentarei sempre ajudar, com uma palavra amiga, com um verso, um abraço, o apoio incontroverso, pois ajudando o semelhante contabilizo cada instante e minha vida, embora simples, segue perseverante.

 

Em sentido inverso eu te ofereço uma flor, te ofereço essas linhas que embora simples fomentam um pouco de cor às durezas do dia a dia e a toda falta de empatia que insistimos transpor. Em sentido inverso eu te ofereço minha poesia, que para muitos é fantasia, mas pra quem tem sentimento é uma frase de amor.

 

Jose Fernando Pinto