Ás vezes acho que estou em sentido contrário, sim, na contramão, em sentido inverso. Porque eu penso assim? Porque enquanto alguns disseminam ódio, eu prefiro, em sentido inverso, construir e espalhar versos, poesias, palavras belas em demasia.
Dizem que estou perdendo tempo, dizem que isso é bobagem, dizem até que sou louco. Eu aceito todas as opiniões, antes louco e feliz que deixar a vida passar por um triz, descolorir o seu matiz e espalhar ódio feito chafariz.
Em sentido inverso eu sigo adiante, encontro pedras pelo caminho, encontro a flor e o espinho nos jardins do universo, eu colho as flores que são possíveis, negocio com os espinhos que são críveis, aprendo um pouco, ensino um pouco, e o poeta louco vai seguindo em frente ou em sentido inverso da outra gente.
Se ouço um passarinho a cantar, também quero assobiar, já que não posso voar, não vou deixar de cantar caminho afora, e mais tarde quando for a hora, como um passarinho estarei no ninho admirando a aurora.
Se encontrar alguém a chorar tentarei sempre ajudar, com uma palavra amiga, com um verso, um abraço, o apoio incontroverso, pois ajudando o semelhante contabilizo cada instante e minha vida, embora simples, segue perseverante.
Em sentido inverso eu te ofereço uma flor, te ofereço essas linhas que embora simples fomentam um pouco de cor às durezas do dia a dia e a toda falta de empatia que insistimos transpor. Em sentido inverso eu te ofereço minha poesia, que para muitos é fantasia, mas pra quem tem sentimento é uma frase de amor.
Jose Fernando Pinto