Retorno...
Quando me for, não chore por mim
Quero ser cinza levada, ao leve sopro do vento
Desintegrar junto as flores é belo fim
Em solo jazem sem cores, por breve momento
Nutrir a casa que nos acolhe
Para ser energia a outros viventes
Quando me for, não chore
Deixe-me, a repousar no solo entre nutrientes
Serei o barro, o minério
Serei o pó que lhe cobre a pele, incomoda os olhos
Serei partícula, que compõem esse mistério
Lembrança de que como corpo nada és
Apenas o espírito é eterno
Ainda que aqui não me vejas, estarei sob teus pés
Serei a vida que compõe o solo...
Voltarei ao útero da mãe terra
Repousarei em seu colo...
Ema Machado
20/02/2021