Muita sorte, oh, meu Deus, tremenda sorte
Que vivo a carregar sempre comigo,
Não sei se merecida neste aporte
De bênçãos, que eu tenho como abrigo.
Na minha pequenez acho-me forte
Em batalhar melhor: e assim consigo
Obter merecimento com o suporte
De não me terminar em desabrigo.
Pois o azar, também, é complemento
’Rebote-consequência’ desse fado,
Se tudo é pendular no movimento
Do vaivém e num ciclo confinado,
Que me permite temer no pensamento
Minha vez de julgar- me um desgraçado.
Tangará, 23/08/2019.