Beijo sua boca umedecida,
Minha língua ferindo seus dentes,
Invado sua barreira, insistente,
E resgato sua língua escondida,
Num jogo de morte e vida,
Uma luta indecente;
Desço e beijo o seu pescoço,
Você suspira sem fadiga e sem esforço,
Vira os olhos e diz meu nome,
A timidez se apaga e some,
Agora é pura cupidez,
É sim e não, talvez;
Seus seios empinados,
Duas cabeças femininas,
Olham para mim e para cima,
Olhares arrepiados,
Parecem estar com frio,
Ou será só o arrepio,
Do seu corpo animado?
Deixam minha ânsia empunhada,
Determinada, agora em plena guarda,
Um soldado apressado,
Querendo se abrigar numa trincheira,
E ali passar uma noite inteira,
Justo, aquecido e molhado,
Até soltar o seu fardo,
Numa morte derradeira...