Marcelo Veloso

O BEIJA-MÃO

 

 

É a volta do beija-mão.

O servilismo é uma redundância

da mendicância canalha

enlameada no esgoto

de um parlamento reles.

 

É a volta do beija-mão.

A insignificância da representação

é conjugada com o oportunismo

barato, marau e pernicioso,

invocando a qualidade biltre

que lhes é tão peculiar.

 

É a volta do beija-mão,

Faz-se uma nova história

em que a cidadania vale muito pouco,

quando o repente midiático

é que define o destino de todos nós.

 

É a volta do beija-mão!

Quando tudo parecia ganhar um novo rumo

em que a vida vale muito mais sem o chicote,

a canga e o cabresto são os novos troféus

de um entreguismo escabroso e infame.

 

É a volta do beija-mão!