Jose Fernando Pinto

Palavras ao vento

Eu não sei voar, cantar ou encantar, ainda que às vezes eu saia do chão, mas utilizo somente as palavras, companheiras de poesias que brotam em meu coração. Até conheço palavras de amor, mas às vezes é a dor a minha inspiração. A dor de amor ou mesmo da flor despedaçada no chão, a dor que abraça a alma e nas noites de melancolia adormecem no meu colchão.


Eu não sei voar, cantar ou encantar, ainda que às vezes eu cante uma canção. Canção de amor que fomenta o calor acalenta a dor do meu coração. Às vezes eu canto sozinho feito passarinho quando sai do alçapão, encontra a liberdade e na musicalidade um pouquinho de atenção. Eu canto um blues, eu canto um rock, já arrisquei um xote só pra andar na contramão, pois o importante é cantar, e mesmo se desafinar transbordará emoção.


Eu não sei voar, cantar ou encantar, ainda que às vezes eu pare e reflita, por um momento eu encontro guarita na minha imaginação. Invento histórias onde vivencio as glórias, onde recrio memórias no meu panteão. È ali o meu castelo onde tudo é belo e não existe dragão.


Eu não sei voar, cantar ou encantar, ainda que às vezes palavras ao vento eu faça brotar. Palavras de amor, palavras de dor que como beija flor se põe a voar, revisitam jardins e como querubins reverberam no ar, alguns versos, poesias, textos malucos que insisto em criar, porque eu não sei voar, cantar ou encantar.

 

Jose Fernando Pinto