Maximiliano Skol

CORDA BAMBA

De corda bamba é a vida, e até me esqueço 

De tão sutil perigo, quando eu passo

De segundo em segundo, sem o apreço

Do fatal que me é um erro crasso.

 

Balança a mais a corda se adoeço,

Ou se mal me equilibro com o que faço

Na corda sobre  o abismo em que aconteço:

Abismo de uma vida que transpasso.

 

Não sei como cheguei aqui tão ágil, 

Sabendo de mim próprio como frágil,

Mas vou seguindo nela mesmo assim.

 

Tenho um fado que é o termo do meu trecho,

Mas levo junto a mim tanto apetrecho 

Não sei se me equilibro até o fim.