Hébron

Versos do desvario

 

Conceda-me esta dança
Meu desejo, esperança...

O amor é sem limite, ainda sente
Meu toque ainda quente
Em sonho no travesseiro
Das suas carícias, carente
As suas curvas, meu devaneio
Sem pudor, calorosamente
É o brilho dos meus olhos
Em sua nuca, o meu roçado
Meu rastro em seu corpo tocado
Suspiro, deslizo-lhe, água de rio
Explorando toda sinuosidade
Desfiladeiros, corredeiras, vales
Dos seus olhos todo brio
Na ponta da língua, seu nome
Desejo quase febril, me consome
Contornos do seu quadril
Sedenta sensualidade
Que desemboca em seus lábios
Lábios que me represam o paladar
Com gosto de sacra luxúria...
Fronteira da paixão, incúria
Oratória de amor, é meu púlpito
Múltiplos beijos, lábios múltiplos
Hálito fresco, ofegância de luz
Êxtase de todo um oceano em que rio
Numa hipérbole da fantasia
Versos do desvario
Sonho ardente que me seduz
Sonho candente em que lhe despia
Anseios expostos, sedução 
Anverso, em minhas mãos
Sou seu poema, faço-lhe poesia...

Conceda-me esta dança
Meu desejo, esperança