Ernane Bernardo

Amor Platônico

 

Amor Platônico

 

Amor platônico 

Solúvel, mas também invólucro... 

— Na esfera da dor

Agudamente perfurante, 

Estilhaços deflagrados 

Liberta seus grilhões...

Um amor entre ilusões e desilusões. 

 

Preciso libertar em mar aberto 

Muralhas, ruínas de pedras, 

Tombadas pelo patrimônio cultural 

Tudo era simples e normal. 

Mas ao anoitecer 

Sussurros dos ventos 

Silenciosamente bocejava, 

Temperatura baixa.

 

O farol, só restava a luz 

Tão distante delatava 

Tudo aquilo que enxergava! 

Do Porto solidão 

Me restou apenas o holofote 

Uma garrafa de “Vodka” 

E um pouco de sorte! 

 

Durante o dia eu relatava 

A noite eu esculpia 

Como um poeta na madrugada... 

Um pingo de luz 

Clareava a mente,

Montava a encenação 

Entregava o amor à própria redenção. 

 

Na varanda eu avistava 

O horizonte se perdia na neblina 

Ao longe ainda se via a proa... 

Meu barco gradualmente 

Foi submerso na imensidão do mar 

E meu coração a nau deriva.

Quem me dera! Um dia seu regresso!

 

_ Ernane Bernardo