CAPELA
Em meu peito badalo todos os dias sinos de amor
Aprecio tua paisagem translucida, tua solidão
De um coração fraco e frio
E em minha capela espalho ecos
Que te atormentas e sufocas em teu coração
Hoje canto em capela
O teu caminhar triste
Que não aquece a terra
O teu sol que não brilha
Que não irradia calor
Encontros e despedidas
De um amor que não vingou
Dentro da minha capela
Reacendo todas minhas velas
E nela rego em brasa meu solo, minha terra
Capela esta minha hoje
De portas e gramados
Entreaberta de teto e de céu
Celebra e inicia em oração
O meu terço cravado em minhas mãos
Sacerdócio em melodia
Vibrando em meu violino uma doce e nova canção
O mundo lá fora mudou
Minha capela hoje é a mesma
Vivo em noites serenas
A mergulhar e quebrar regras apenas
Em dias de sol e de chuva
De frio e de calor
Cubro o silêncio do tempo
Me ajoelho a falar com Deus
Em aconchegantes partituras de amor
É aqui nessa capela por entre portas e vitrais
Por todas as minhas dores e meus ais
Reacendo a esperança de um novo amor
Diferente de outrora
Um amor arte, de verdes matos
De flores silvestres a cavalgar em estrelas
Balançando folhas
Brotando orvalhos no peitoral de minha janela
E a se entregar em pedaços de Deus em minha capela!
Vlad Paganini
‘Se permita a construir uma capela dentro si, mesmo que pequena, só assim alcançarás a felicidade, plena, catedral e serena’