POR QUE SOU POETA?
Um dia vi as rugas no meu rosto...
Não lembrava sequer ter sido adulto,
E a vida já me parecia um vulto,
Na neblina do tempo, descomposto!
Senti, talvez, a essência do desgosto...
Nada me restando erigi um culto
À lembrança d!um amor insepulto
Que trazia do fundo d!alma exposto!
Então, compondo versos para ela,
Na senda de imortal filosofia,
Revi-me infante outra vez a cantar!
Por isso sou poeta, e, faço poesia,
Pois ela traz-me a doce imagem dela
Tão viva e clara como a luz solar!