Claudio Reis

QUANDO DEUS CHAMAR

Quero levar daqui o que não tem peso e nem medida

O que não paga com salario trabalhado, com dinheiro

Quero levar daqui o que o vil metal não pode adquirir

Deixar aqui a pedra colorida da morada, o aço inteiro.

 

Nessa passagem ver e perceber as diferenças das alturas

O rude estranho som da violência penetrado nas favelas

Sinal vermelho com toda pressa propulsora das torturas

Sociedade inquieta, frívola, causadora de todas as mazelas.

 

Insólito infortúnio vem dizendo o que fazer, como não ser

Então, apressar, livrar-se das amarras da reles imperícia!

Prosseguir erudito adepto do amor, fazer jus por merecer.

 

Quero levar daqui o sorriso da criança a brincar pelas calçadas

A bondade do ancião, a amizade solidaria, o voo das borboletas

Toda beleza da poesia, a cura do egoísmo, as graças alcançadas.