Como sempre fora, no meio da tarde um café
A espera do elevador sempre gera expectativa
Semblantes diferentes surgem em meio a nós
Sobem e descem frenéticos em busca de algo.
Avançam no tempo ilusório, querem crescer
Ternos azuis marinho são mais elegantes neles
Dizem as moças disputando suas grifes famosas
Os olhares se cruzam, mas ninguém se enxerga.
O relógio de ouro no pulso do homem grisalho
Chama atenção, ostenta luxo, exibe, querem ver
Nessa competição desenfreada a descida termina
Pisamos logo no térreo para o café da tarde beber.
A garçonete de olhos bem verdes logo traz o cardápio
Mal sabe ela! A bolsa que a loira sentada ao lado tem
Custa o equivalente ao seu salario de um ano inteiro
Contraste aberrante formando pseudo padrão social.
Muitos com pouco, poucos com muito. O eu primeiro!
No café da tarde renovam-se as energias, desanuvias
Pausa merecida ante estresse, relaxar, também poder ver
O nível de “Ser” das pessoas, seus ritmos. O vai e vem!
Sociedade bestializada descortinando riqueza e poder
Esqueceram-se que na vida não se tem certeza de nada
Endinheirados acreditam comprarem saúde, sanarem a dor
Cheios de orgulho, desprezam os pobres, suas humildades
Ignorantes que são fingem felicidade! Não sabem nada de amor.