Marcelo Veloso

A ARTE

 

A arte é dominantemente simbólica,

pois surge das aspirações que germinam,

resultando no fruto do heroísmo que a constrói.

 

A arte não tem espaço, nem tempo,

é reflexo da visão de quem a busca,

no mais aguerrido sentimento de quem a aceita.

 

A arte não é espreitada por argumentos,

e, tampouco, se enrosca em vulgaridades

que a possa, romanticamente, ferramentar.

 

A arte não se ofusca ao estado de inanição,

nem se engordura pelo exagero de domínio

quando a expõe, acintosamente, empedernida.

 

A arte não se consome como item de desjejum,

nem se alimenta do rigor espúrio da inópia,

só por causa da sua primitiva simplicidade secular.

 

A arte é isso, é aquilo, é muito mais

que um risco, um rabisco, um asterisco,

é o limiar da presunção, na mestria de um fecundar.

 

A arte é sinônimo de liberta criação,

que não se empresta a pseudo mote,

para  transformá-la em coincidência retórica.