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Avelino

Saudades

Às vezes, como fúria de vento,

Do nada surgido vem, avassala,

E cresce, tormenta incontida,

E tudo que cresce, existe, arrasa.

E mesmo sem semente plantar,

Faz crescer, reviver, e vicejar,

Guardados em recônditos baús,

Como se faz com alguns segredos,

Os momentos vividos, que vivemos.

E de novo nos vemos, outra vez,

Vivendo o que temos guardados,

Como se nada mais tivesse havido.

É essa deusa chamada saudade,

Que assola tempestuosa nossa vida,

E tal como com fúria veio se vai,

Deixando em nossa vida, gravado,

Só aquilo que sabe ser, saudade.