Às vezes, como fúria de vento,
Do nada surgido vem, avassala,
E cresce, tormenta incontida,
E tudo que cresce, existe, arrasa.
E mesmo sem semente plantar,
Faz crescer, reviver, e vicejar,
Guardados em recônditos baús,
Como se faz com alguns segredos,
Os momentos vividos, que vivemos.
E de novo nos vemos, outra vez,
Vivendo o que temos guardados,
Como se nada mais tivesse havido.
É essa deusa chamada saudade,
Que assola tempestuosa nossa vida,
E tal como com fúria veio se vai,
Deixando em nossa vida, gravado,
Só aquilo que sabe ser, saudade.