Tem uma esperança, eu nao sei de onde ela vem
Tem uma tristeza, eu nao sei de onde vem
Uma saudade, sua luz vem dum mistério
Uma luz num quarto escuro, com a janela de tras aberta
O incenso ligado memória da alma
Tem uma dor intensa que nunca para
Um mar que nunca transborda,
suas margens sensatas e claras
Tem um desespero que toca na porta fechada,
que controla o vento pelo qual os papeis voam
À tarde o café acorda,
À noite o café desorda
A noiva o café desova
noiva das sete manhãs que viram o sol nascer
Ainda tem uma felicidade, eu sei de onde ela vem
Dum desespero nato,
dentro de um pote inchado do cansaço,
do outro dia desperdiçado,
pelo nada do insensato,
que controla a cor do sapato,
nato,
humano falho ato
O mar que transborda
As folhas que voam ao vento rebelde
da porta escancarada
Minha cara cuspida em farpas
Um incenso que apaga
Uma dor, que para