Muitas vezes o que nos resta é desistir. Desistir de amar, desistir de sonhar, desistir de buscar. Desistir por vezes é o caminho aparente, é o que paira na mente quando a vida nos deixa no chão. Obstáculos inesperados e pedras no caminho, e quando nos sentimos sozinhos, resta-nos a poesia.
Da poesia eu não desisto, às vezes até resisto, por vezes fecho os olhos e apenas sonho, pois nos meus sonhos você existe, segura minha mão, acalenta meu coração e alimenta o meu amor. Você é a minha flor, o meu jardim, o oásis aonde encontro fôlego para continuar, jamais desistir, mesmo quando deixo de (existir).
Desistir às vezes é o que nos resta. Desistir de um novo caminho, sonhar com a flor sem espinho, amar e voar como voa o passarinho, sem culpa, sem sofrimento. Desistir às vezes é morrer, perder-se em noites escuras, morrer ante suas agruras e deixar de (existir).
Deixar de existir para o outro, deixar de existir para si. Desistir de ser feliz e não enxergar o matiz que a vida pintou pra você. Desistir é viver o passado, temer o inesperado, olhar para o lado e deixar de seguir em frente. Desistir é esquecer o presente, é viver com receio, sem expectativa ou meio que lhe assegure alegria.
Desistir é a letargia, é o medo que assombra a vida, é a sombra que toca a ferida nos momentos onde a dor aperta o peito. Desistir quando não tem mais jeito, quando o maior dos defeitos que carrego comigo, é também meu abrigo, é o meu medo de (existir).
Jose Fernando Pinto