Luís Filipe de Araújo

VOU SENDO

É um mistério
Existe um mistério
Há um mistério simples.
Me deixa, me deixo, me deito
Ando, me jogo, abro meu peito
Não, não, eu não esqueço.
Não escondo como sou
Vou sendo como posso
E nos desencontros dos encontros surpresas alguém me leva consigo
E alguém fica comigo
E viramos um abrigo.
Então, sem demora, bora
Olha a hora, que o mundo é lá fora.
Pare, paro, não finjo, sinto, falo, não minto
No que diz sentir: sou convicto
Quase um ato artístico.
Ando jogando meu corpo em cada esquina
Enxergando com os olhos nus
E penso sempre com mais de um.