Marcelo Veloso

MEU LADO POÉTICO: IDEM!

Meu lado poético não é plágio, nem binômio,

nem sinônimo, nem soslaio,

não me afoga, nem vicia,

nem é tubo de ensaio.

É um endereço permissivo,

onde a querença tem sua vez,

facilita o apetite bem ativo,

de deliciar sem enrubescer, nem timidez.

 

Meu lado poético tem uma textura,

que tem cheiro bom e gosto esmerado,

que dá uma fome danada de querer,

deixando um tanto até exagerado,

como se não quisesse sequer arrefecer.

Faz jogar pra longe o desalento,

procurando esconder o xis da vaidade,

degustando com labor e contentamento,

a sadia rima de amor com humanidade.

 

Meu lado poético faz de mim um ser solícito,

que deixa a verve em polvorosa,

pois junta um punhado de letras e sentimentos,

numa expressiva vontade rigorosa,

que injeta pujança nos mais simples pensamentos.

Conjuga viscosas vontades e rimas,

numa inspiração solene para expor palavras,

sedimentando no mais íntimo clima

toda uma sensação de amanha, de lavra.

 

Meu lado poético me expõe liberto,

sem  inibir com o tal nexo causal,

tirando todo o azedume do paliar,

talando o sucumbir tão animal,

asseverando um propositivo fascinar.

E construindo letra a letra,

sinal, risco, capricho e sorriso,

finalizando com uma grande treta:

- Meu lado poético me faz navegar: É preciso!