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Claudio Reis

O BANCO DA PRAÇA

Pessoas comuns indo e vindo sabe-se lá

para onde, apressados ou não, vão!

Uma busca incontida faz com que olhem

o velho relógio da praça no alto da torre.

                     

Certo é que a porta aberta da Catedral

convida todos a entrarem em seu rito

Talvez para um simples descanso ou até

mesmo para confessarem pecados antigos.

 

A criança risonha de mão dada com o pai

Saltitante espera a pipoca com queijo frito

Um pouco mais a frente tem caldo de cana

Todos querem beber, sede de açúcar na fila.

 

Desmaiado de bêbado debaixo do telhado

do coreto, um homem velho sujo e barbudo

Mendigos estendem a mão pedindo esmolas

Caidos pedem ajuda, famintos querem comer.

 

Sem notar, num instante, tudo ao redor se transforma

Homens de terno e gravata, mulheres vestidas de longo

Desce de um carro preto segurando um buquê, a noiva,

de branco, Linda. Todos aplaudem, chegam perto para ver.

 

Nesse banco de praça, sentado à sombra, se pode perceber,

quantas pessoas buscam na vida caminhos para felicidade ter

Uns começando sua história, outros ainda na flor da idade, já

outros entregues à sorte, nem sequer sabem o que é viver.