Pessoas comuns indo e vindo sabe-se lá
para onde, apressados ou não, vão!
Uma busca incontida faz com que olhem
o velho relógio da praça no alto da torre.
Certo é que a porta aberta da Catedral
convida todos a entrarem em seu rito
Talvez para um simples descanso ou até
mesmo para confessarem pecados antigos.
A criança risonha de mão dada com o pai
Saltitante espera a pipoca com queijo frito
Um pouco mais a frente tem caldo de cana
Todos querem beber, sede de açúcar na fila.
Desmaiado de bêbado debaixo do telhado
do coreto, um homem velho sujo e barbudo
Mendigos estendem a mão pedindo esmolas
Caidos pedem ajuda, famintos querem comer.
Sem notar, num instante, tudo ao redor se transforma
Homens de terno e gravata, mulheres vestidas de longo
Desce de um carro preto segurando um buquê, a noiva,
de branco, Linda. Todos aplaudem, chegam perto para ver.
Nesse banco de praça, sentado à sombra, se pode perceber,
quantas pessoas buscam na vida caminhos para felicidade ter
Uns começando sua história, outros ainda na flor da idade, já
outros entregues à sorte, nem sequer sabem o que é viver.