É folha levada pelo vento
Deixando órfão o galho
Em lágrimas de orvalho
Num sentido lamento
É a onda que saiu do mar
Deita na areia seu beijo
Acendendo-lhe o desejo
E se vai pra não mais voltar
É esperança que vai embora
Sem aviso ...sem despedida
Deixando a alma ferida
Vagando pela estrada afora
É um céu sem a luz da lua
É o seresteiro sem violão
Para cantar sua paixão
Embaixo da janela, na rua
É o tempo passado
Conjugando o presente
E sem que se atente
Deixa tudo misturado
É uma dor que não tem fim
Aflição que não tem jeito
Um nó apertado no peito
É um sangrar carmesim
Tudo isto que se torna nada
É, porém, de tudo um pouco
Sentimento meio louco:
Saudade não pode ser explicada
Edla Marinho
10/07/2019