Certa vez nesta era
Não em um passado longínquo
Foi para esta nossa geração
Que Deus voltou a Terra
Preferiu não mandar um anjo
Nem mesmo nenhum profeta
Para falar com essa humanidade
Escolheu um poeta
“Sempre inspirei homens e mulheres
A falar com meus filhos através dos tempos
Usando desta magia que é a poesia
Da escrita e dos versos que espalham alegria
Diversas gerações aqueceram seus corações
Com poemas capazes de causar provocações
Inundar o peito com mil e uma sensações”
“Não é de hoje que abençoo
Tantos de vocês com este dom
Procure no antigo testamento
E comprovarás o que Eu falo
Leia a Canção de Débora,
Ou o Hino ao Arco: o lamento de Davi
E tantos outros poemas encontrarás ali
Já no tempo de meu Filho
Procure pela profecia de Zacarias
Não esqueça de olhar para o Magnificat
Que muitos chamam de o canto de Maria
Verás nos escritos a presença da poesia”
“Tenho um apreço particular para com os poetas
Gosto de ver de perto como formam cada verso
Juntando tantas formas de pensar dando vida as letras
Falam de amor, de sonho, também criticam as realezas
Escrevem sobre paixões mundanas, mas também o essencial
São famosos, são anônimos
Poetas nascem vários a cada ano!
Se dúvidas do que eu falo
Procure na internet por Pedro Trajano
O poeta tardio
Que só encontrou a poesia
Depois dos quarenta”
“Poeta, escreva aos meus filhos
Homens e mulheres deste tempo
Menos ansiedade, mais alegria
Diga a eles que fazer o bem contagia
Não é novidade o que eu peço
Mas é preciso sempre falar
Opte sempre por perdoar
Não será capaz de amar o próximo
Se a si mesmo não se amar
Acumule menos, doe mais
Divida um pouco com quem não tem
Seja solidário com mais alguém”
“Fale aos homens da guerra
Que a quietude das armas é opressora
Não é encharcando de sangue a terra
Que se consegue a paz duradoura
A paz tão sonhada pelo mundo
Está dentro de cada um
Bem lá no fundo, no interior
De mãos dadas com o amor”
“Use seus versos para esperançar
Meus filhinhos que se encontram abandonados
Meninos e meninas, o indigente e o mendigo
Merecem ter um lar confortável, um abrigo
Fala aos que se encontram perdidos
Entregues a todo tipo de sorte e vícios
Que eles não são uma casta de esquecidos”
“Não esqueças de escrever para minhas meninas
Com seus corpos explorados em becos e esquinas
Julgarei com a mão de ferro de um justo juiz
Todos que exploram e usam estas pequeninas
Para falar as minhas filhas faça uma rima
Toda mulher jovem, idosa ou menina
É mais que especial, é uma obra prima”
Então Deus voltou ao céu
Deixando para o poeta
Muitas outras inspirações
Para falar com os filhos Dele
Lançaria mão da poesia
E o coração de cada ser humano
Profundamente tocaria.
Pedro Trajano de Araujo
28 janeiro 2021
Penápolis SP