Pedro Trajano de Araujo

Deus e o poeta

Certa vez nesta era

Não em um passado longínquo

Foi para esta nossa geração

Que Deus voltou a Terra

Preferiu não mandar um anjo

Nem mesmo nenhum profeta

Para falar com essa humanidade

Escolheu um poeta

 

“Sempre inspirei homens e mulheres

A falar com meus filhos através dos tempos

Usando desta magia que é a poesia

Da escrita e dos versos que espalham alegria

Diversas gerações aqueceram seus corações

Com poemas capazes de causar provocações

Inundar o peito com mil e uma sensações”

 

“Não é de hoje que abençoo

Tantos de vocês com este dom

Procure no antigo testamento

E comprovarás o que Eu falo

Leia a Canção de Débora,

Ou o Hino ao Arco: o lamento de Davi

E tantos outros poemas encontrarás ali

Já no tempo de meu Filho

Procure pela profecia de Zacarias

Não esqueça de olhar para o Magnificat

Que muitos chamam de o canto de Maria

Verás nos escritos a presença da poesia”

 

“Tenho um apreço particular para com os poetas

Gosto de ver de perto como formam cada verso

Juntando tantas formas de pensar dando vida as letras

Falam de amor, de sonho, também criticam as realezas

Escrevem sobre paixões mundanas, mas também o essencial

São famosos, são anônimos

Poetas nascem vários a cada ano!

Se dúvidas do que eu falo

Procure na internet por Pedro Trajano

O poeta tardio

Que só encontrou a poesia

Depois dos quarenta”

 

 

 

“Poeta, escreva aos meus filhos

Homens e mulheres deste tempo

Menos ansiedade, mais alegria

Diga a eles que fazer o bem contagia

Não é novidade o que eu peço

Mas é preciso sempre falar

Opte sempre por perdoar

Não será capaz de amar o próximo

Se a si mesmo não se amar

Acumule menos, doe mais

Divida um pouco com quem não tem

Seja solidário com mais alguém”

 

“Fale aos homens da guerra

Que a quietude das armas é opressora

Não é encharcando de sangue a terra

Que se consegue a paz duradoura

A paz tão sonhada pelo mundo

Está dentro de cada um

Bem lá no fundo, no interior

De mãos dadas com o amor”

 

“Use seus versos para esperançar

Meus filhinhos que se encontram abandonados

Meninos e meninas, o indigente e o mendigo

Merecem ter um lar confortável, um abrigo

Fala aos que se encontram perdidos

Entregues a todo tipo de sorte e vícios

Que eles não são uma casta de esquecidos”

 

“Não esqueças de escrever para minhas meninas

Com seus corpos explorados em becos e esquinas

Julgarei com a mão de ferro de um justo juiz

Todos que exploram e usam estas pequeninas

Para falar as minhas filhas faça uma rima

Toda mulher jovem, idosa ou menina

É mais que especial, é uma obra prima”

 

Então Deus voltou ao céu

Deixando para o poeta

Muitas outras inspirações

Para falar com os filhos Dele

Lançaria mão da poesia

E o coração de cada ser humano

Profundamente tocaria.

 

Pedro Trajano de Araujo

28 janeiro 2021

Penápolis SP