As lacunas da sua presença
Faz do meu caminho espinheiro
Dói muito em mim seus hiatos
Machucado em espinhos afiados
O sofrimento me faz hospedeiro
Queria ser seu paradeiro
Achegue-se a mim
Preencha meu vazio amiúde (Hébron)
As horas em que estou distante
São também hiatos em meus momentos
És o meu desejo constante
Estar longe de ti, é estar vazio por dentro
Queria ser teu bem, não mal
De ti preciso, do nascer ao pôr do sol
Não me bastam noites, para estar contigo
O dia torna-se lacuna, tormenta sem igual (Ema M.)
As horas e luz do dia já não têm graça
As noites me abatem, precisa estar comigo
Os espinheiros por onde ninguém passa
Tomam-me o ânimo, fazem-me amargo
Fazem-me distante, inacessível, vago
Nesse tormento lhe espero em solidão
Não demore, achegue-se a mim
Preservo nessa esperança a saúde (Hébron)
Se falas assim, a mim machucas
As lacunas não são minha culpa
Se pudesse, juro! Nunca me ausentaria
Essa distância, nossa constante luta
É coisa diminuta, frente ao sentir que nos ocupa
O amor não tem lacunas
És meu, sou tua... (Ema M.)
Se assim me diz em segunda pessoa
E nessa solidão já me fazia refletir
Sobre um amor que é o meu existir
Meu sofrimento não reverberará mais em dor
Meu amor é seu, é acalento, é amor aterno
De braços abertos, meu coração ressoa
Sem lacunas, na esperança sem ausência...(Hébron)