Maximiliano Skol

NOBRE PRONTIDÃO

Triste estou por estar inda vivendo,

Triste inda mais de ter-me por  vivido...

Triste por relembrar que tenho tido

Lembranças, tão amáveis, que

perdendo

 

No irrecuperável tempo, em que morrendo, 

Me encontro a cada dia que sou ido.

Tristeza que simula sem sentido,

Mas a minh’ alma a tem como sofrendo.

 

E não encontro apoio algum sequer, 

Solitário em desdita enfadonho

O tempo que me resta é mais  medonho.

 

Um espectro macabro bem me quer,

Nele me apego em nobre prontidão,

Pois não me resta escolha, por opção.

Tangará, 16/12/2020