Marcelo Veloso

O B O L O

O que impede dizer o que pensa,

nem sempre compensa,

o que faz dizer o que quer.

E a sombra da recompensa,

tem uma vantagem densa,

que faz aceitar o que vier.

 

Por isso quando o sorriso aparece,

tudo melhora e até floresce,

exalando um perfume instigante,

que toma conta de todo o ambiente,

saboreando de maneira saliente,

o desejar mais radiante.

 

E tudo conspira para a alegria,

que se confunde com a fantasia,

replicando num gracioso clichê.

Surge, então, o glamoroso bolo,

que no seu gestual consolo,

instiga o cantar: “parabéns a você!”

 

E tudo aquilo que pensa dizer,

o sorriso faz transparecer,

deliciando no “primeiro pedaço é de quem?”

A aceitação se torna agradável,

e o ambiente fica todo confortável,

para o deliciar do bolo que tem.

 

Então o lúdico sugere o abraço,

provendo todo o espaço,

com a gratidão que satisfaz,

e crescendo como um fermento poderoso,

o bolo é o exemplo generoso,

de um alimento de amor e paz.

 

Entre a surpresa do encantamento,

e o gosto aprazível do  merecimento,

o recheio de graças dá o sabor,

que só a bondade permite,

com o que há de melhor e sem limite,

comemorar com todo amor.