Me lembro de ter visto uma foto que muito dizia.
Era uma família se preparando para o embarque de uma filha.
O medo era eu quem sentia e por dizeres guardados me desfazia.
Mas eu lembro de cada momento até aquele dia.
Foi no mesmo instante em que entrei no avião.
Lá tinha uma história bem esquisita que há tempos não ouvia.
Sentei-me perto de uma linda moça, de all-star e camisa de herói.
Do outro lado, quatro romanos e um inglês discutiam.
E com meu fone, tentar esconder o medo eu decidi.
O sono não era mais forte e eu pude escutar.
Várias piadas sem graças que os romanos faziam no ar.
Era um lembrete do meu primeiro vôo.
Mas só pensava naquela foto que eu vi.
A menina que de sua mãe e irmã se despedia.
De blusa azul ao meu lado sentou.
O all-star branco eu conheci, o herói na camisa eu vi.
Para a terra dos lusitanos eu fui.
Não sabia o porque, mas o meu primeiro vôo foi assim.
Demorou oito meses até que entendi.
A menina da foto ao meu lado estava, não por coincidência.
Mas porque o motivo do meu vôo era ela.
Fui descobrir uma terra.
Sem parente na família real, mas com coragem encarei.
Os quatro romanos e o inglês entendi.
Era base que um dia construí, pra finalizar essa singela poesia.
Queria lembrar que o nome dela é Bia, a minha Bia.