Outra mulher
No espelho
Posam valetes
Deitadas num mar vermelho
Imagens contorcidas
Se movem serpentes
Nesgas alvas de suor
Vivas bebendo água
Sem anáguas
Carnes de sol
Eu pintor
Em óleo sobre tela
Escolho a mais bela
Em luz e cor
Espátulas e escápulas
Em movimento
Rebuscando o invento
Onde encontrou seu sustento
E se afogou
Em meio à claridade
Da escuridão de prata
Escolho duas elas
Rosas na lapela
Em tudo novidade
Soma inexata
A cena é forte e suave
Tão aves que voam bailarinas
E eu busco ver mais
Por indisciplina
Mas, a realidade é capataz
O feitiço acaba
O dia desaba
Descem as cortinas...