Soneto do Hedonista Tétrico
No bar tenho bebida e patuscada;
Tenho boêmia que não me escurece.
Na noite alegre a solidão fenece
Até raiar o sol na madrugada.
Eu tenho bebedeira desazada,
Eu tenho a cantadela e tenho a prece.
Mas tudo me chateia e me entristece
Pois sem teu coração... não tenho nada.
Dos bares a fanada singradura
Me estorva, me magoa e me consterna;
Meu copo é a perdição da levedura.
Quem desejo enganar, ó ninfa pura?
Atenta-te ao que o coração te externa:
Sem ti, meu copo é cheio de amargura...