Como o tempo é perverso, sem piedade
Transforma das mulheres a beleza,
De icônico esplendor na mocidade,
Em trapos na velhice e com frieza.
O tempo não perdoa, sua maldade
Lhes rouba os belos traços de pureza,
Sem dar sinal de ação e em ardileza
Inda sutil lhes dá longevidade.
E, então, é que se diz que o tempo voa,
Mas não, ele nem passa, se acha à toa...
Elas, sim, são que perdem todo encanto.
E esse desgaste a nós nos causa espanto,
Mas com o tempo usado é que, deveras,
De lindas se tornaram em megeras.