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Ary Bueno [ O Príncipe dos poemas e do amor]

VIDA DE SARJETA

Pobre de ti, que tens esta sua sina tão amarga

Jogada às besta-feras, com tão pesada carga

Serves com teu corpo, um amor irreal, tão banal

A quem a ti usa para satisfazer seu desejo animal

 

Falo de você, minha amiga triste, e da triste infante

Que tem seu corpinho, vilipendiado a todo instante

Por alguns miseros trocados, que lhe mitigam a fome

Servindo de repasto, a alguem, que nem sabes o nome

 

Sei que sua sina, é triste, é sofrida, és humilhada

Tens o corpo marcado, ferido, e a alma retalhada

Crianças, de tenra idade, se prostitui, se corrompe

E nada, ninguém, evita  que estes anjos, alguém compre

 

Prostituição, este caminhar para drogas...Triste sorte 

Espera-te no seu viver, apenas, prisão, doenças ou a morte

Qual o seu sonho, qual o seu objetivo nesta vida insólita

Tu que apesar do sofrer, da amargura, tens a face bonita

 

Como fico triste ao passar nas nossas avenidas, nas ruas

E vendo-a pintada, de forma bizarra, praticamente nuas

Fumando alucinadamente, sob efeito de alccool, ou drogada

Se oferecendo, se destruindo, se matando, até a madrugada

 

Quantas são espancadas, são pisadas, torturadas, judiadas

Sem ter esperança, de um dia melhor, de uma vida familiar

Vida descente, vida honrada, vida honesta, não sendo exploradas

Que dó, mulher, doce criança, por saber que tantos vão te humilhar

 

Me sinto impotente, para salvar todas, que tanto estão sofrendo

Tantas crianças jogadas, e eu, sem nada fazer para afastar a dor

Para ensinar, o significado real da palavra importante, que é amor

Para evitar o que esta ocorrendo, tanta mulher e criança morrendo

 

Só posso mesmo, pedir ao Senhor Jesus, que olhe estas filhas Sua

Que mande alguma luz, para que alguém as possa tirar da rua

Não as deixe sofrendo tanto estes males, que a vida, fria e crua

Impôs a quem não tem berço de ouro, que só tem...uma sargeta, fria e dura....