Soneto da Represália Divina
Ai de vós, que adiais a vossa morte!
Que suprimis o éolo destinado;
Que negais o vosso tão triste fado;
Que tentais mudar a imutável sorte!
Ai se em mim caísse fado tão forte!
Entre outros, o destino assinalado
Que proscreveu este tão triste estado.
Nunca antes houve fado deste porte!
Sede banidos vós dos bons momentos!
Que com tamanho nojo desprezáreis;
Que negáreis do uno deus a amizade.
Perdêreis-vos nos próprios pensamentos,
Da soberba vós muito aproveitáreis,
Eiváreis-vos de atroz impiedade!