Maximiliano Skol

CEMITÉRIO

E aquele cemitério, lá no alto,

Simula uma visão preconizante,

Agourenta, sinistra: como um assalto 

Que possa acontecer nalgum instante.

 

Cemitério dormente, que esperante

Mantém, com placidez macabra, o arauto

De uma ida sem volta para o errante,

Aqui na Terra,  nesse sobressalto.

 

Minha querida mãe de longe o via,

E repetia sempre: \" alí, meu filho,

Muito breve estarei a qualquer dia\".

 

E então não mais eu ouço o estribilho...

Foi-se a mamãe na cruel fatalidade,

E,  no alto,  o cemitério é u\'a saudade.