Soneto do Lúmen Volúvel
Luzir da lua que me deixa pálido,
Que deixa o mundo se deitar no sono,
Que deixa o pensamento humano inválido
Enquanto alegre dança pelo outono.
Centelha ardente de esplendor tão válido
Que ao rutilar luzente desabono,
Se vai pelo dilúculo tão cálido
Deixando um sentimento de abandono.
Ó grande deusa! Grande luminar!
Grande saudade que de amor me sente
Deixando escuro o que foi teu passado!
Tu te revelas no céu estrelado
O céu azul que estorcega o presente,
Que sem teu brilho jaz a te esperar!