Já dizia a velha amante:
Todo orgasmo se acaba
na concha de Vênus, e do nada renasce
no ciclo das ondas, no batom da amada.
No vazio do silêncio eu calei.
Então disse o jovem poeta:
Do fim eu escrevo poesia,
do anseio da ida, a viagem!
Da dureza da vida, do gosto do ópio, tristeza...
Um enorme vazio eu gritei:
De que me serve o ciclo e a ida?
De que me vale o findar e a loucura?
Se nenhuma história eu deixei, se a viúva em minha cama morreu,
se a dívida em minha mente pendura.
Na calçada vazia eu sonhei.