Soneto do Monte Belicoso
Da vista agreste que não me chateia,
Que muito brilha, mas sem sobejar,
Que me fascina e que muito me enleia
Eu não me canso e vou pôr-me a sonhar.
Pelos outeiros eu penso na vida,
Na natureza que bem me regala
Como esta serra assaz meiga e despida
Que do campestre bem fez-se a mandala!
Mas se no mundo não vejo feiura,
Por que tais guerras insistem travar?
Por que das serras se fez amargura?
Mas se no mundo inda existe doçura,
Dai-me um pouquinho, pois quero provar
Deste carinho, do amor e a ternura...