//meuladopoetico.com/

Jessé Ojuara

GENIVAL LACERDA

 

Adeus caro Genival.
Chora Severina triste.
Você muito nos alegrou.
Agora não mas existe.
No plano físico claro.
Sua história persiste.

Lembro de você de olho,
sempre na botique dela.
Gritando feito louco,
Para população apela:
De quem é este jegue.
Ao riso a música atrela.

A barriga uma piada.
Nordestino de raiz.
Tem aquele que gosta.
Mas também quem fala e diz:
Mata o véio, mata o véio.
Não julgo, não sou juiz.

Da namorada recebeu,
muito rico regalo.
Sua própria radiola.
Que desdenhou sem abalo.
Bom no duplo sentido.
Não sou eu só que falo.

COMO VOCÊ, ele também,
Gostava da MINHA TORTA.
Calma meu caro amigo.
Já vou fechar essa porta.
Na boa arte da gozação.
Pena mais quem se importa.

Mestre na arte da rima.
Galeguinho do zoi azu.
Era uma das perigosas.
Pois recordava eu e tu.
Será que estava pensando,
no delicioso tatu.

Vítima da doença,
que dizima a população.
Eu diria do descaso,
do governo de plantão.
A COVID só ajudou,
A acelerar a maldição.

O céu está cada vez,
bem mais estrelado.
Nicete, agora Genival.
De nós foi apartado.
Triste realidade.
Meu choro abafado.

Fico aqui só pensando.
Se ele foi para o céu,
ou para o inferno talvez.
Sua vida dá um belo cordel.
Rendo só minha homenagem.
A esse grande menestrel.

Jessé Ojuara-7/1/20