JUCKLIN CELESTINO FILHO

O MONSTRO QUE PARIRAM

A história que lhes conto,

Não é da carochinha,

Ou Conto de Fadas,

E nem ilusão minha,

Trata-se da realidade 

Sobrepondo-se

À tragédia anunciada,

Mostrando-lhes 

O quadro medonho 

Que se lhes apresentava,

Onde o abismo

Abria-se a olhos vistos.

Mas não deram conta

Do furacão 

Que se anunciava!...

 

Depois da tempestade 

Pronta,

Tomem bordoadas,

Cacetadas

No lombo!

Tolos, tudo estava explícito,

Não viram!

Como prenda levaram

Terrível tombo!

Ficaram de tanga,

Com a brocha na mão,

Às tontas!

É  que cegos, cairam

No atoleiro,

Se lambuzaram

No charco em que se meteram!

 

De nada vai adiatar

Agora choro de crocodilo!

Não se enganaram. 

O que conpraram

Sabiam que droga era aquilo!

Como Madalenas arrependidas

Choram pitangas,

E dizem terem sido enganados,

Que a mercadoria 

Que compraram,

Não era aquela

O preço que ajustaram.

Choram, se descabelam

Por terem sido ludibriados!

 

Não são inocentes!

Estavam cientes

Da porcaria

Que compraram !

Viram o bode na sala!

O fedor que dele ainda isala!

O que fizeram?

A sujeira

Do monstrengo disfarçaram.

Não compraram

Gato por lebre.Tinham ciência 

Do traste que compraram!

Um jacaré

Em águas rasas  criaram!

Não sabem, entretanto,

Como se livrarem 

Do monstro que pariram!