Alberto dos Anjos Costa

SIMBIOSE

No romantismo do enamorar,

floresce a inebriante paixão;

luculentos sentimentos a inspirar,

renitente vontade para a união!

 

Em dois tudo é melhor,

destituindo a solitude,

o congraçar é bem maior,

pelos desejos em amplitude!

 

Respeitando individualidades,

diferenças e imperfeições!

A conquista da confiança,

engrandece a fidelidade!

 

A vida de um casal é volúvel,

feito de instantes que se alternam;

seu trilhar parece dúbio,

pelas fases que se revelam!

 

A harmonia está na lealdade;

no diálogo em compreensão;

nos carinhos em autenticidade,

no amor em interação!

 

Viver em aliança,

ensejará renúncia e aprendizado;

meiguices em consonância,

deverão ser ancorados!

 

Ternura em corações,

que se doam em doces beijos,

sublimes emoções,

vão criar ígneos desejos.

 

Voluptuosos sentimentos,

inspirando a felicidade,

abraços a contento,

vão despertar a sensualidade.

 

Os corpos em sedução,

irão sentir a arritmia,

vontades e sofreguidão;

a concupiscência afluía.

 

O sexo em prazer,

excitará lindas emoções;

recuos também vão acontecer,

pois, fazem parte das presunções!

 

Segredos entre paredes,

ressonarão orgasmos e gemidos;

frenéticas posições ardentes,

ensandecerão cálidos sentidos;

excitantes palavrões inocentes,

na junção de corpos destímidos!

 

Ah! Como é mavioso,

quando chegamos ao lar!

Com nosso espírito ditoso,

um beijo vem a nos acalentar!

 

Contrariedades também existem,

para nos indicar a sabedoria!

Intolerâncias sempre persistem,

pelo egoísmo em sintonia!

 

As vaidades tão pedantes,

que enganam nosso ego;

deixam casais recalcitrantes,

sem ver o lume, porque estão cegos!

 

Complexo é a convivência,

que traz à tona muitos defeitos;

incompatibilidades na essência,

murchando sonhos, desunindo leitos!

 

Oh! Como é angustiante,

assistir desavenças entre casais!

É um show impactante,

pelo morrediço de ideais!

 

Nesta curta passagem,

em que abraçamos as ilusões;

é mister ter coragem,

para o despertar das emoções!

 

O amor em semeadura,

é lenitivo para o viver!

É estesia na estrutura,

felicitando o conviver!

 

Quantos relacionamentos duradouros,

envoltos em latentes traições,

que serão sepultados sem desdouro,

pela magnificência das paixões!

 

Como ludibriar os sentimentos,

pelo fascínio da juventude!

A hipocrisia do juramento,

quebrantarão sua virtude!

 

Ah! Reluzente juventude!

De ninfas sensualizadas!

De corpos sublimes e ardentes,

que encantam pela beleza irradiada!

Seu aroma sedutor, faz criar utopias,

inspirando canções e lindas poesias!

 

Ah! Nefastos enganos,

que entronizam inverdades!

A dissimulação de puritanos,

põe a demagogia na moralidade!

 

Quantos diabos viraram santos,

que hoje são idolatrados!

A verdade não traz encantos,

para casais desapaixonados!

 

Oh! Morfética rotina,

que faz prostrar o alento!

Arrefece vontades repentinas,

sucumbindo ígneos sentimentos!

 

Quantos casais em desamor,

convivendo por conveniências!

O patrimônio é o ardor,

pela segurança em indulgência!

 

No jogo de interesses,

que acontece muitas vezes!

Velho rico, com mulher nova;

troféu de corno ou cova!

 

O tempo é assaz inclemente!

Deveras inexorável!

A lei da gravidade mutuamente,

soçobra o viço inefável!

 

Oh! Verdades inverídicas,

a mostrar nossa ignorância!

As mentiras são benquistas,

no perpetuar de alianças!

 

Porquanto! A paternidade é uma carreira que um belo

dia nos é imposta sem que ninguém tenha feito

antes a menor pesquisa quanto à nossa idoneidade:

aí está a razão de existirem tantos pais que têm

filhos e tão poucos filhos que têm pais.

 

A menstruação atrasada,

cria a metamorfose!

A simbiose é abençoada!

É a vida em apoteose!

 

Júbilos incomensuráveis,

pela gravidez que desponta!

Mortificações infindáveis,

por casais que não se deram conta!

 

Poderíamos até expressar,

que é um egoísmo entre dois!

Pois, medos e castigos irão abraçar,

a vida uterina que nascerá depois!

 

Prelúdio da resignação!

Preliminares da paciência!

Nove meses de gestação,

nas provações em iminência!

 

O rebento chegou!

Venturas são encetadas!

A família conquistou,

a descendência almejada!

 

Introito em que tudo são flores,

desabrochando temperança!

Afetuosidades em primores,

com as diversidades em concordância!

 

Variações na rotina,

pelos cuidados imperiosos;

As responsabilidades do dia a dia,

estressa casais, outrora viçosos!

Desmedida dedicação,

ao renovo que enseja ternura!

Noites mal dormidas pela atenção,

participando com candura!

 

Infinitas preocupações,

para que o rebento não tenha o pior!

São casais com sensações,

de que o porvir pode ser melhor!

 

Sonhos protelados!

Vontades em distância!

Anseios renegados,

em prol de sua criança!

 

Amores repartidos!

Casais divididos!

Afagos diminuídos!

Companheirismo retraído!

 

Após muitas primaveras,

constelações perderam o brilho,

a esperança não se encerra,

pois, a dádiva é seu filho!

 

Quanto tempo despendido!

Quanto amor doado!

Quantos pensamentos atribuídos,

para o educar ser venerado!

 

Doces pais exaltando o participar!

Meigas mães louvando o seu amor!

Puberdades galvanizando o aventurar!

Alvoradas atando-se ao destemor!

 

Fantasias que se perdem,

pelas desilusões apossadas!

Lembranças que refletem,

quimeras aprisionadas!

 

O inexorável tempo avança e seu fruto amadurece,

desabrochar de sua criança, na adolescência de mutações,

rugas vincadas emergidas pela abnegação que enaltece,

filho criado, trabalho dobrado, fomentando inquietações.

 

Luas que passaram,

para o filho agora em mocidade!

Rugas vincaram,

para genitores sentindo a idade!

 

Asas indomáveis alçando voos independentes,

emoções da mocidade em aventuras tão vorazes,

inerentes tentações ofertando atos inconsequentes,

noviço navegante, descobrindo mundos, desbravando mares.

 

Ah, libertos! Nos filhos içam asas,

para périplos em estreia!

Intermitentes ações devassas,

compondo parte de sua odisseia!

 

Como anjos que alçam voo,

os filhos são gerados para o mundo!

A liberdade é como o ouro,

que reluz sob o sol fecundo!

 

Cristais quebradiços,

não podem ser lapidados!

Ideais postiços,

jamais serão alcançados!

 

Contristada e iníqua realidade,

que permeia nosso mundo,

decepcionando a terceira idade,

que sente o desapreço tão imundo!

 

Como é triste o envelhecer,

e conviver com a desatenção,

vendo os filhos a embrutecer´

pela impiedade no coração.

 

Rebentar de insensibilidades,

de rebentos desajuizados,

hoje se esquecem da afetividade,

e do amor para eles ofertados.

 

Quantas filhas de merda,

que pela herança descartam seus pais!

A ganância é a morte certa,

da família que agora jaz!

 

Seria leviano generalizar;

pois, existem filhos muito amáveis!

O bem e o mal sempre vão estar,

neste universo de vulneráveis!

 

Somos protagonistas em cena,

neste teatro real e profundo,

trilhando de forma plena,

as incertezas do mundo!

 

Indecifráveis mistérios,

permeando nosso trilhar,

a única certeza sem despautério,

é que toda vida tem seu findar.

 

Perguntas sem respostas,

vão suscitar reflexões,

o esperançar nos reconforta,

nesta orbe de ilusões.

 

Conquanto desilusões fazem parte do viver, suplantá-las é imperativo para continuar a sobreviver!

Na dicotomia de alianças quem vencerá?

A insípida rotina do dia a dia, que enseja, fastio, enfado, tédio; pois, subtrai afagos e põe fel na cumplicidade! Ou o amor que perdoa, falhas, imperfeições e erros, aceita as

diferenças e põe a brandura, indulgência, mansidão e ternura em prol da felicidade!

 

Plena felicidade é utopia!

As tristezas fazem parte!

São nos momentos em alegria,

que faz o sorriso ser destaque!

 

Neste viver de emoções,

de êxtases e encantos;

procure abraçar inspirações!

Demita seus tétricos prantos!

 

Por que sorrir?

Para sua alma se alegrar,

para sua depressão estancar,

para as portas se abrirem,

para as pessoas sorrirem.

 

Por que cantar?

Porque o cantar encanta e rejuvenesce,

cria sinergia e o júbilo recrudesce,

sepulta o amargor e a tristeza vai embora,

harmoniza sua mente na emoção que aflora.

 

O Sol dentro d\'alma,

irradia cantorias,

sublimes sentimentos,

inspiram um novo dia!

 

Corpo e mente em mansidão,

despertam a esperança,

demitindo a prostração,

pela vontade em aliança!

 

O Sol dentro d’alma,

semeia o amor,

celebra a harmonia,

espargindo o esplendor!

 

O Sol dentro d\'alma,

cimenta a etérea gratidão,

por estarmos aqui agora,

com bondade no coração.

 

O Sol dentro d\'alma,

gera a estesia do sonhar,

com um mundo mais fraterno,

sem a maldade a nos conspurcar!

 

Por que reclamar?

Se você é são e perfeito,

se sua avidez insaciável é defeito,

se tens mais do que mereces,

se tudo que te satisfaz lhe aborrece.

 

Por que odiar?

Se o clemente perdão é humildade,

se o desprezível rancor é maldade,

se o impudente ressentimento é flagelo,

ser beligerante e hostilizar não é belo.

 

Por que trair?

Se ser íntegro e leal é honrado,

se o fiel e a probidade são abençoados,

se a traição é uma dissimulada punhalada,

é golpe sem sangue, é ferida não cicatrizada.

 

Por que mentir?

Se a verdade vai chegar,

se a falsidade vai maltratar,

se a mentira é repugnante,

se o enganar é aviltante.

 

Por que a inveja?

Se é sentimento tacanho,

que te deixa em cobiça,

no desejo pífio e insano,

pela conduta quebradiça.

 

Por que o medo?

Se a mente é quem determina,

se a neurose está por dentro,

dominá-la é coragem que anima,

vencê-lo é o suplantar do tormento.

 

Por que nunca desistir?

Porque viver é um eterno lutar,

perseverança cintilará seu trilhar,

porque as dificuldades sempre aparecerão,

e a vontade de tentar ultrapassará a provação.

 

Por que manter o equilíbrio?

Porque a ponderação é relevante,

é sabedoria revigorante,

é livre-arbítrio em discernimento,

nem mais e nem menos, transigindo a contento.

 

Por que não furtar?

Porque o que é de outro não lhe pertence,

sua lisura e retidão serão sua escora,

sua honestidade é tesouro resplendente,

nas atitudes que estarão `a prova.

 

Por que trabalhar?

Porque a ociosidade é o que mata,

sua utilidade é o que te exalta,

no labor que é producente,

que traz o respeito proeminente.

 

Por que sonhar?

Porque a realidade é cruel e insensível,

intento de criar lúdico mundo invisível,

de deleites, de fantasias, de candura,

de um viver de devaneios em semeadura.

 

Por que amar?

Porque beijos são energias em sensações,

galvanizam e regozijam corações,

carícias em comunhão de corpos ardentes,

explodindo em orgasmos felizes e contentes.

 

Por que a fé?

Porque as incertezas são etéreas em mistérios florescidos,

seara de grânulos cultivado por entes desconhecidos.

Deus é necessário para prover-nos de esperanças,

para termos fraternidade e o amor sempre em constância.

 

Por que viver?

Para que a morte seja postergada,

para que sintas a dádiva pulsante,

para que aprendas que a vida é obra abençoada,

para que nosso viver seja uma missão dignificante,

pois, a vida é um fantástico maravilhar,

até chegar a hora do tempo findar.

 

Ah, vida! Em simbiose sorvida!

Casais, vivenciando emoções apaixonantes!

A morte também ama a vida!

Levando-a! Libertando-a de aflições lancinantes!

Oh, viver! Em seus mistérios e fascínios!

Oh, morte! Findando o espetáculo em desígnio!