Alexandre Silva

A POESIA NASCE NA ESCOLA

 

A POESIA NASCE NA ESCOLA

 

A poesia nasce na escola:

como isso funciona mesmo

na verdade, não sei explicar muito bem.

 

Mas, ela nasce na escola do jeito que a vislumbrei...

ela escorre pelo rosto de quem a deixa penetrar no mais íntimo do seu ser

e alí fazer morada...

 

A poesia parte de dentro:

de dentro dos corações que jamais se permitem não serem enganados

pelo amor que dizem sentir mesmo nunca o tendo provado. Retalhos de sentimento...

 

[Amor latente... Poesia, não!]

 

A poesia nasce na escola:

de que tipo de escola estamos falando,

na verdade, não sei explicar muito bem, mas é dalí que ela nasce...

 

do mundo;

do universo;

arrisco até dizer que há um multiverso envolvido com o fazer poético: ético com ou sem nexos... a escola é muito ampla...

 

de uma Terra que com terra

se guarda seus habitantes para se renovar

a cada fase de transição da sua própria existência.

 

A poesia é realmente uma coisa muito sublime... completude...

A morte é realmente uma coisa muito curiosa... passagem...

 

Corpos que se vão...

Mentes que se encerram...

Corações que param seus: tum, tum... tum, tum... tum, tum...

 

Batimentos de uma escola que se renova no amanhecer de cada solidão,

que guardada em si remete ao outro a sua imensidão de sonhos, de sentimentos...

frustrações...

 

Por isso que a poesia nasce na escola:

na escola da vida que se nega a viver o que a ela foi dirigida

e que sai em busca de formas que a tornem um pouco, fingidamente, mais feliz.

 

E que em tantos momentos

se transfigura em alegrias, e que

de felicidade em felicidade segue falseando

a sua própria realidade sempre mapeada em um

emaranhado de contradições, que a faz apenas seguir

o seu caminho numa busca cíclica, e despedidas, e reencontros, vanguardista...

 

[Quer dizer então que a escola nos faz poetas?]

 

Nem sempre estar na escola é fazer poesia, mas, às vezes, estar presente é ser a própria poesia, que surge em tempo hábil para saciar uma sede; matar uma fome; curar uma doença e, até mesmo, dar a alguém um nome...

 

[Pelo poder da poesia tudo se cria e a inexistência é irreal.]

 

A poesia: a pura existência do ser para poder estar;

Do querer: para poder conquistar;

E assim fazer nascer a si mesma inabalável... metafísica(...)!

 

Uma ciclossituacionalidade capaz de nos permitir sermos indivíduos criados para criar:

se é verdade que a poesia nasce na escola;

se é verdade que a escola é o mundo;

se é verdade que a vida é reprodutora da poesia;

e que nela o ciclo se completa numa perfeição sem igual;

e que a poesia reproduz a vida

e dela se origina uma lágrima tímida nos cantinhos dos olhos....

 

Quero ser aluno! Poesia;

Quero ser poeta! Vida minha;

Quero ser deste mundo! Terra querida;

Quero ter vida! Para poder gerar a vida...

 

[Quero fazer parte deste ciclo e, dele, fazer outro se formar. E será “vida que segue”.]

 

se a poesia nasce na escola;

nela, então, quero permanecer;

fazer arder em mim a força da palavra;

fazer valer o poder do querer...

 

Sentir em mim o frescor da palavra sensível:

e, no final de tudo isso, simplesmente,

seguir aprendendo... aluno sempre sendo, e vivendo: POESIA!