A POESIA NASCE NA ESCOLA
A poesia nasce na escola:
como isso funciona mesmo
na verdade, não sei explicar muito bem.
Mas, ela nasce na escola do jeito que a vislumbrei...
ela escorre pelo rosto de quem a deixa penetrar no mais íntimo do seu ser
e alí fazer morada...
A poesia parte de dentro:
de dentro dos corações que jamais se permitem não serem enganados
pelo amor que dizem sentir mesmo nunca o tendo provado. Retalhos de sentimento...
[Amor latente... Poesia, não!]
A poesia nasce na escola:
de que tipo de escola estamos falando,
na verdade, não sei explicar muito bem, mas é dalí que ela nasce...
do mundo;
do universo;
arrisco até dizer que há um multiverso envolvido com o fazer poético: ético com ou sem nexos... a escola é muito ampla...
de uma Terra que com terra
se guarda seus habitantes para se renovar
a cada fase de transição da sua própria existência.
A poesia é realmente uma coisa muito sublime... completude...
A morte é realmente uma coisa muito curiosa... passagem...
Corpos que se vão...
Mentes que se encerram...
Corações que param seus: tum, tum... tum, tum... tum, tum...
Batimentos de uma escola que se renova no amanhecer de cada solidão,
que guardada em si remete ao outro a sua imensidão de sonhos, de sentimentos...
frustrações...
Por isso que a poesia nasce na escola:
na escola da vida que se nega a viver o que a ela foi dirigida
e que sai em busca de formas que a tornem um pouco, fingidamente, mais feliz.
E que em tantos momentos
se transfigura em alegrias, e que
de felicidade em felicidade segue falseando
a sua própria realidade sempre mapeada em um
emaranhado de contradições, que a faz apenas seguir
o seu caminho numa busca cíclica, e despedidas, e reencontros, vanguardista...
[Quer dizer então que a escola nos faz poetas?]
Nem sempre estar na escola é fazer poesia, mas, às vezes, estar presente é ser a própria poesia, que surge em tempo hábil para saciar uma sede; matar uma fome; curar uma doença e, até mesmo, dar a alguém um nome...
[Pelo poder da poesia tudo se cria e a inexistência é irreal.]
A poesia: a pura existência do ser para poder estar;
Do querer: para poder conquistar;
E assim fazer nascer a si mesma inabalável... metafísica(...)!
Uma ciclossituacionalidade capaz de nos permitir sermos indivíduos criados para criar:
se é verdade que a poesia nasce na escola;
se é verdade que a escola é o mundo;
se é verdade que a vida é reprodutora da poesia;
e que nela o ciclo se completa numa perfeição sem igual;
e que a poesia reproduz a vida
e dela se origina uma lágrima tímida nos cantinhos dos olhos....
Quero ser aluno! Poesia;
Quero ser poeta! Vida minha;
Quero ser deste mundo! Terra querida;
Quero ter vida! Para poder gerar a vida...
[Quero fazer parte deste ciclo e, dele, fazer outro se formar. E será “vida que segue”.]
se a poesia nasce na escola;
nela, então, quero permanecer;
fazer arder em mim a força da palavra;
fazer valer o poder do querer...
Sentir em mim o frescor da palavra sensível:
e, no final de tudo isso, simplesmente,
seguir aprendendo... aluno sempre sendo, e vivendo: POESIA!