Tu, imprevidente
( Quisera onisciente)
És ausente...
\"O homem nascido da mulher
é de poucos dias e farto
de inquietação\"...
As horas, os teus dias são sagrados.
E te vanglorias perante a sua perda.
Teu termo nem se conta perante a eternidade.
Tu te alegras pela ignorância
de um Ano Novo e gritas:
\" FELIZ ANO NOVO\"!!
Todos os dias são Ano Novo, idiota!
Gritemos, bebamos, dancemos...
Vivamos, cantemos este Ano Novo.
Estúpido, néscio. Este ano novo
possa ser o ano da tua desgraça
com um acidente fatal.
Com o coronavírus a te espreitar,
com uma doença que de subclínica
se fará evidente...
Regojiza- te com o passado dos teus dias
em silêncio, em prece e de joelhos.
Por que tanto estardalhaço?
Festejas na orgia que tentas justificar na bebida o teu sedimentado vício,
teu deboche, alucinação.
Soltas tua alegria efêmera
na explosão pirotécnica,
mas não soltas as tuas falácias
mais coloridas.
Glorifiques os teus dias que te trouxeram
até aqui
no ponto convencional
em que a Terra completa a rota
de translação. Que tu mesmo
o deteminaste num calendário.
E que chamas Virada do Ano.
E tu que viras um tolo,
a quem festejas.
Cego dos teus efêmeros dias.
Ignorante da tua finitude.
Estúpido.
Bestunto.
Protaído defunto.