Maximiliano Skol

ENVIESADO ANO NOVO

Tu, imprevidente

( Quisera onisciente)

És ausente...

\"O homem nascido da mulher

é de poucos dias e farto

de inquietação\"...

As horas, os teus dias são sagrados.

E te vanglorias perante a sua perda.

Teu termo nem se conta perante a eternidade.

Tu te alegras pela ignorância

de um Ano Novo e gritas:

\" FELIZ ANO NOVO\"!!

Todos  os dias são Ano Novo, idiota!

Gritemos, bebamos, dancemos...

Vivamos, cantemos este Ano Novo.

Estúpido, néscio. Este ano novo

possa ser o ano da tua desgraça

com um acidente fatal.

Com o coronavírus a te espreitar,

com uma doença que de subclínica

se fará evidente...

Regojiza- te com o passado dos teus dias

em silêncio, em prece e de joelhos.

Por que tanto estardalhaço?

Festejas na orgia que tentas justificar na bebida o teu sedimentado vício,

teu deboche, alucinação.

Soltas tua alegria efêmera

na explosão pirotécnica,

mas não soltas   as tuas falácias

mais coloridas.

Glorifiques os teus dias que te trouxeram

  até aqui

no ponto convencional

em que a Terra completa a rota

de translação. Que tu mesmo

o deteminaste num calendário.

E que chamas Virada do Ano.

E tu que viras um tolo,

a quem festejas.

Cego dos teus efêmeros dias.

Ignorante da tua finitude.

Estúpido.

Bestunto.

Protaído defunto.