Sinto, agora, uma ausência de mim mesmo,
Uma angústia ligada ao meu futuro...
Meu pensamento já se encontra a esmo,
Tremo de medo sobre o meu auguro,
Que devo atravessar, como um tenesmo
Nas vísceras da alma...E como é duro
Ter que na vida sou-me igual torresmo,
Enxuto do que em mim era seguro.
Mas, já sei... Deprimido me pressinto:
\' Que aquela antiga fé que nos unia
É poeira do tempo, é moto extinto\'.
Vou redimir- me. Vou reconquistar- te,
Festejar o teu corpo que eu sabia
Ter sido, para mim, divina arte.