Essa pressa desperdiçando o mar.
A noite e suas estrelas apagadas,
Na longa madrugada estéril e embriagada de sono,
café e cansaço.
Essa regra, sem risco.
Esse medo do abismo.
As velhas asas recolhidas.
A espada, em sua bainha, adormecida.
O barco ancorado, em sua fúria contida,
preso à velha corda rude e puída pelo tempo,
pelo medo da partida.
Tome o barco que lhe espera!
Aprume tuas asas às suas velas,
Nesse tempo turvo, ríspido e fugaz.
Lance à mão, outra vez, sua espada e não temas a lâmina afiada
da vida que insiste em lhe devolver sempre ao mesmo inóspito cais.
Paço do Lumiar - MA, maio de 2015.