Quem sente orgulho das esculturas
Que o tempo se encarrega de fazer
Na face?
Quem sente?
Quem sente alegria em perceber um dia
Uma mexa branca de cabelo
Que o tempo pintou nas estripulias
Que a vida fazia, e a gente nem via.
Quem sente?
Quem rir ao lembrar que esquece
Os nomes dos netos, dos filhos...
Que o tempo brincando, tratou
De inverter na memória.
O que era no trem da história
Saltou sobre os trilhos.
Quem sente saudades
De uma triste infância?
Do frio? da rua?
Das noite escuras, e sem esperanças?
Quem sente?
Quem sente o tempo passar
Imponente?
Senhor envolvente
Em todo momento.
Só ele não muda,
Sempre passageiro,
Levando as mudanças
No seu bagageiro,
E às rédeas curtas,
A vida da gente.