Sobrevivente
A sina daquele
Que a vida não socorre
Mormente 
O açoite e a lágrima 
Que pela face escorre
Descrente
E em todas as quedas
Sempre o gosto do chão
Carente
Na privação severa
A espera de uma mão
Indecente 
Negado e renegado
De tanto desdém, a tristeza
Resistente
Sem escolha, do pouco se mantém 
Queda-se irresignado, proeza
Resiliente
Mas segue firme com fé 
Criando tintas que a vida colore
Transcendente
Caminho sideral
Da vida que nunca morre